Estamos vivendo a pior crise energética, e hídrica, dos últimos 91 anos. Com isso, ações para prevenir o apagão total estão sendo discutidas.
Entre elas, o aumento da tarifa da bandeira vermelha e o racionamento de energia. Ambas ações afetam diretamente toda a população brasileira.
Portanto, continue lendo esse artigo para entender o porque de estarmos vivendo essa crise e qual é a sua consequência para a população.
Leia mais: Bandeira tarifária: os 3 detalhes de sua conta de energia!
A crise energética em 2021
A última grande crise energética no Brasil foi em 2001, quando foram organizados blecautes, de forma programada, para controlar o fornecimento de energia. Hoje, em 2021, podemos estar à beira de uma crise energética de mesma proporção.
Para entender a crise energética no Brasil, é preciso saber de onde tiramos a nossa energia.
As hidrelétricas são as principais fontes de energia para a população brasileira.
Ou seja, a nossa energia depende muito dos níveis de água nos rios. Atualmente, vivemos uma crise hídrica de grandes proporções e isso afeta muito a nossa produção de energia.
Com a redução de volume de chuva em várias áreas de geração de energia fazem com que a produção seja reduzida. Atualmente, a ONS, que é o Operador Nacional do Sistema Elétrico, notificou a Agência Nacional das Águas (ANA) sobre a atual situação.
A estimativa é que o reservatório de 8 usinas hidrelétricas da região Sudeste do Brasil podem entrar em colapso em dezembro. Como a situação já é conhecida, esforços já estão sendo tomados para que isso não chegue a acontecer.
Com isso, a população passa a ver logo as consequências. Em alguns casos, pode haver um racionamento de energia. Isso significa que podem ser adotadas medidas para desligar a energia em alguns momentos do dia.
Outras medidas como tentar deslocar o consumo de energia nas horas de pico, muitas vezes usando incentivos na conta de luz, também podem ser feitas. Outra consequência que a população sente é a econômica, pois, com as hidrelétricas sem capacidade de produzir energia, precisamos produzir energia por meio de outras fontes. No Brasil, usamos as termelétricas quando as usinas hidrelétricas não são suficientes.
O problema é que a geração de energia dessa maneira é mais cara, e quem acaba sentindo isso no fim das contas é a população.
O aumento da bandeira vermelha nível 2
A conta de luz que chega na sua casa varia sempre de acordo com a bandeira. A bandeira tarifária foi uma maneira que a Aneel encontrou para cobrar algumas tarifas extras na conta de luz.
Portanto, de acordo com a utilização de termelétricas, por exemplo, a bandeira pode mudar, ou não. Então, quando a bandeira é verde, significa que não terá nenhuma tarifa extra.
Ela indica que o custo para geração de energia no país está baixo e favorável. Enquanto isso, a bandeira amarela indica uma tarifa extra pequena e a bandeira vermelha é o pior caso.
Já a bandeira vermelha é geralmente usada quando estamos em crise e precisamos utilizar muito as termelétricas, que é o caso que estamos vivendo no momento.
Então, a bandeira vermelha em si possui dois patamares, onde o nível 2 é o pior cenário possível: o de crise hídrica.
A última vez que tínhamos usado ele foi em 2018.
Como a previsão para o segundo semestre do ano é pior ainda, a expectativa é que a bandeira vermelha seja mantida até, pelo menos, Novembro de 2021.
Mas, isso pode ser revisto e permanecer por mais tempo, dependendo do tamanho da crise. A bandeira vermelha não indica apenas um aumento na conta de luz da população, mas também nos produtos.
Afinal, as empresas também vão ter que arcar com esse aumento nas despesas e vão repassar o valor pelos produtos vendidos. Então, isso afeta todos os campos da economia.
Qual é o valor da bandeira vermelha nível 2 depois do reajuste?
A partir de julho de 2021 a Aneel aprovou um reajuste de 52% na taxa adicional da bandeira vermelha nível 2. É um reajuste bem alto, indicando um encarecimento considerável, mas que ainda não é o suficiente para cobrir os custos adicionais.
Antigamente, a taxa adicional da bandeira vermelha nível 2 era de R$ 6,24 para cada 100 quilowatts-hora (kWh). A partir de julho essa taxa passa a ser de R $9,49.
Se formos colocar isso na conta de luz, a estimativa é que ela passe a ficar 8,12% mais cara no mês de julho. Entretanto, existe uma proposta atualmente para que ela aumente para R$ 11,50 para cada 100 kWh a partir de agosto.
Essa é uma mudança muito alta e que afeta muito o bolso dos brasileiros. Mas, os estudos indicam que para cobrir os custos da utilização das termelétricas e garantir o abastecimento de energia para a população, isso precisa ser feito.
É preciso levar em consideração também que atualmente a conta da Aneel já está com um déficit de R $1,5 bilhão. Ainda, mantendo a tarifa atual, esse valor pode chegar até R $3,5 bilhões.
Então, é bem possível que o valor atual ainda aumente, e a população precisa se preparar para isso. Em meio a uma crise sanitária e econômica, estamos vivendo também a pior crise hídrica e energética dos últimos 91 anos.
Por isso, é um cenário muito atípico e todos vamos ter que nos adaptar. O racionamento de energia e o seu consumo consciente é uma maneira de tentar controlar essa crise energética e também reduzir a conta de luz do fim do mês nas casas.
Conclusão
Portanto, no cenário de crise energética, e hídrica, que estamos vivendo a população acaba sofrendo a consequência. Com um aumento significativo na conta de luz e possíveis medidas de racionamento de energia.
O que podemos fazer por enquanto é começarmos a economizar energia. Afinal, quanto menos energia gastamos, menor o custo de geração de energia.
Além disso, é importante ficar de olho nos reajustes para não levar um susto quando a próxima conta de luz chegar nas residências.
Então, esse artigo esclareceu suas dúvidas? Caso ainda tenha alguma, deixe aqui nos comentários e iremos ajudar.